NA MADRUGADA
Foto tirada do meu terraço
NA MADRUGADA
O provocante silêncio me chama
e corta o meu sonho pelo meio
É na derrubada da madrugada
que o sono se esvai pela cama
Perde as forças e cria anseios
aproveito o teor deste ensejo
Ponho-me a ouvir
os meus medos
À noite fala sussurrando
não há solidão na calada
Ruídos, sons, desatinos
latidos descontrolados
miados nos telhados
chamando o cio
conversas, gritos
Passos fortes e apressados em conflitos
ecoam zumbidos e perturbam o ouvido
Aviões em escalas furam as nuvens
Ganham a escuridão do céu
Motores acelerados
músicas de todos os tipos
Vão sumindo aos ouvidos
Exacerbados, rasgam à noite
que não se importa
Acolhe e aceita tais companhias
Só para não ficar sozinha
E, eu troquei o sonho
para poder ouvir, ao pé do ouvido.
A poesia inspirando
à calada da noite
E aos seus ressones...
Sandra Moura
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