EU E O SABIÁ-LARANJEIRA

Sabem, eu tenho um fascínio por pássaros. Alguns dos meus escritos, relatam os encontros que aguçam a minha sensibilidade. Fazendo-me inspirar e escrever... Eis um momento marcante ... Eu e o Sabiá.    

Sandra Moura                                                                                                                                          

Imagem Internet

EU E O SABIÁ-LARANJEIRA

Pela manhã, que me impulsionava para a rotineira correria de um novo dia. Eu te encontrei perambulando no asfalto, em passos desorientados. Levando no bico um detalhe que me chamou a atenção. Um graveto. E me levou ao encanto de, a muito secamente te admirar. E você, não fugiu da minha presença. Descontinuei. Busquei explicações para as maravilhas, que a Natureza proporciona.

O nosso encontro foi tão casual, nos deparamos um com o outro. Eu, andando em ritmo acelerado pensando num atalho para cortar o caminho incisivo, para desviar do atraso que me assola e demasiadamente me desanima. No entanto, ao te ver, tudo mudou dentro de mim. Sorri pelas entranhas da minha face. Senti cada músculo do meu rosto iluminando.

Você me despertou para a luz do lindo dia, que estava a se mostrar lindo. E, eu, na minha afobação, nem o percebia.

Fui seduzida pela cor intensa e alaranjada, todo empinado, tentando fugir do meu olhar. Que pena, não poder ouvir o melodioso e flauteado cantar, naquele momento

Pássaro rasteiro e imponente que caminha sem medo, à procura do alimento ou gravetos para compor o seu ninho. Você me trouxe segundos do sol, que alertou e me impulsionou a sorrir, e exclamar a sua nobreza. Tudo isso aconteceu antes mesmo de me trancar no opaco e desolado ambiente das minhas desvontades. Você mudou tudo, e arranjou a clareza do meu dia, e a minha satisfação e alegria brotar no meu coração para um feliz trabalhar.

Agora vá Sabiá! Vá, para a sua liberdade cantar!!! Caminhe, e voe ao encontro da minha poesia, e viva em meus versos, compondo as estrofes que me inspiram e caminham para a luz da minha sensibilidade.

Sandra Moura