MUNDO NEGRO SEM LUZ
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MUNDO NEGRO SEM LUZ
É a cor da pele que
traduz
Um destino de
sofrimento
Mundo negro sem luz
Vítimas do
preconceito
onde já se viu!
onde já se viu!
Até hoje esse
conceito...
Escravizados
pela cor da pele,
pela cor da pele,
Ao trabalho árduo... entregues
A única e
incoerente exigência...
É labutar sem
recompensa
Arrancados da
sua terra natal
Sem propósito ou
ideal
Submetidos ao
comércio ilegal
Sem nenhum valor
moral
Como se fora um
animal
acorrentado e indefeso
acorrentado e indefeso
Ganhou sim...
Maus tratos
dentro do compasso
das chibatadas
embaladas
aos desprezos e ódios,
Maus tratos
dentro do compasso
das chibatadas
embaladas
aos desprezos e ódios,
Humilhações,
castigos
e muitos chingos
Muito suor
misturado às lágrimas
Ah, nada de ócio
Permuta
Muito suor
misturado às lágrimas
Ah, nada de ócio
Permuta
é a dor da labuta
o chão duro e escuro
das senzalas
o chão duro e escuro
das senzalas
Oh, MUNDO NEGRO SEM
LUZ!
Olhos arregalados
de medo?
Não adianta!
quem dita é a
chibata
desgovernada.
Meus irmãos de cor
desgovernada.
Meus irmãos de cor
Meus irmãos da
dor
unidos em correntes
Elos
descontentes
Qual opção escolher?
Sofrer, fugir ou morrer
Sofrer, fugir ou morrer
Mãe Natureza
e os Orixás protegem
de braços abertos
Acolhem
seus filhos descobertos
Acolhem
seus filhos descobertos
Abrigo nas
verdes matas
recorrem aos mares
recorrem aos mares
cachoeiras, rios e cascatas
Em busca do irmão salvador
pra viver e esquecer da dor
Em busca do irmão salvador
pra viver e esquecer da dor
Protegidos pelos
antepassados
Quilombos são
formados
E a luta continua...
Oh, MUNDO NEGRO SEM
LUZ!
A gente sabe
Alguém um dia, se
prestigiou
A liberdade
assinou
Do Período
colonial até hoje,
Quase nada mudou
A escravidão
ficou marcada
na cor da pele,
que se tornou destacada..
Rostos
revoltados pela dor,
a liberdade
ainda mais escravizou
Sem saber o que
fazer
Meu povo ao léu
ficou
Sem teto, sem o que
comer
Sem oportunidade...Sem
amor
A tal liberdade
a nós imposta
Nunca foi
reconhecida, de coração
Por isso...
o preconceito, racismo e a discriminação,
o preconceito, racismo e a discriminação,
Ainda sobrevivem
de geração a geração
E a peleja
continua...
Por respeito e
dignidade
Num espaço que
foi construído
Com muita dor,
sangue, e iniquidade
Sem medo, e receio
de se expor
Lutando pelos
mesmos direitos
Como qualquer
cidadão lutador
Que vive nessa
terra amada,
e abençoada por
Deus Nosso Senhor
Um dia hei de
ver a luz brilhar
O sorriso de
confiança brotar
Em qualquer
lugar que eu pisar
Esse é o meu
desejo meu irmão...
Essa é minha
terra,
Meu chão.
Esse poema surgiu de uma frase,
que um dia meu filho proferiu.
Coloquei num papel para que eu
nunca mais a esquecesse
Quem sabe um dia,
os seus filhos, ou netos, não precisem,
provar mais nada a ninguém
Sandra Regina Alves
“Quando a gente nasce negro...
Temos que provar para o mundo
Que somos seres humanos”
(Renan Moura)
*Reeditado em 13/11/2017
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