LIBERDADE! LIBERDADE!





LIBERDADE! LIBERDADE!

Neste dia a lei Áurea,
A Princesa Isabel assinou
Deu um fim à escravidão
E o meu povo...  
Da tal "liberdade" se beneficiou
E sem saber o que fazer
Festejou e gritou
Pulou e cantou
De braços ao léu
voltados para o céu
Ecoou o grito
Liberdade! Liberdade!
Alforria das escuras e imundas senzalas
Dos grilhões que os prendiam e sangrava
Das chibatas que os cortavam e matavam,
E, da dor que o pranto inundava
transbordando todo o íntimo 
da angústia contida em revolta.
Meu povo recém-libertado
de nada sabia...
Só queriam recuperar,
a liberdade roubada e perdida.
Ingênuos, não deram conta
de que teriam que lutar,
por trabalho e moradia
num mundo desigual
Que somente de posse da liberdade,
não sobreviveriam...
Assim, foram percebendo
que a escravidão ainda persistia
Nos olhares rejeitados,
Tortos e discriminados.
No balancear da cabeça
conduzindo um enorme, NÃO!
Portas e portas na cara, 
sem hesitação
Ah, esse mundo!
Traduzido em preconceitos
Onde a cor escura da pele 
entrega, destaca, repudia.
Somos novamente esquecidos,
Escravizados e excluídos
E assim, se faz até agora.
A peleja persevera ...
A diferença é que hoje,
Os olhares se escondem
Atrás de um disfarce
e de uma obrigação imposta




Sandra Moura



Comentários

Postagens mais visitadas